O casco dever ser simétrico e ter as partes anterior e inferior mais largas; a pinça deve ter o dobro do comprimento dos talões e formar um ângulo de cerca de 50º com a horizontal; o períoplo, reto e inclinado de diante para trás; a face plantar, larga; sola côncava; ranilha volumosa, bem feita, elástica e forte; lacunas largas e bem acentuadas.
A matéria córnea do casco deve ser escura, rija e dotada de certa elasticidade, apresentando superfície lisa, íntegra e brilhante. Na ranilha, deve ser mole, elástica e forte.
A parede do casco deve ser espessa para suportar o peso do cavalo, ser resistente, flexível e possuir qualidades normais de crescimento. Deve ser mais espessa na pinça e adelgaçar-se gradualmente em direção aos talões, mostrar desgaste igual nos lados medial e lateral.
A sola também deve ser espessa o suficiente para resistir a irregularidades do solo. Deve ser ligeiramente côncava de medial para lateral e da pinça para os talões. Não deve haver nenhum contato primário entre o solo e a sola, pois ela não é uma estrutura que suporta o peso.
As barras devem apresentar bom tamanho e a ranilha dever ser grande e bem desenvolvida, com um bom sulco central, ter consistência e elasticidade normais e não apresentar umidade; deve dividir simetricamente a sola em duas partes e seu ápice deve apontar para o centro da pinça.
A pata dianteira deve se circular e larga nos talões; o tamanho e a forma dos talões devem corresponder ao tamanho e a foram da pinça.
A pata traseira deve apresentar uma aparência mais pontiaguda na pinça e a sola geralmente mais côncava que a dianteira.
O eixo da pata, visto de frente e de perfil, é uma linha imaginária que passa através do centro da quartela. Esta linha deve dividir as falanges proximal e média em partes iguais. Visto de perfil, deve ser contínuo com o eixo da quartela e seguir o mesmo ângulo. O eixo normal das patas dianteiras deve ter um ângulo de 45° a 50°, a das traseiras de 50° a 55°.Uma pata nivelada indica que as paredes medial e lateral são do mesmo comprimento. Para determinar se uma pata está nivelada o membro deve ser seguro de modo que a superfície de contato com o solo possa ser vista ao longo do eixo longitudinal.
Uma linha imaginária dividindo o eixo do osso da canela, boleto e quartela cortada por uma linha transversal que toque a superfície de contato com o solo de cada talão deve resultar em ângulos de 90° na intersecção. Uma pata nivelada indica que o animal está desgastando uniformemente o casco e o movimento da pata em suspensão deve descrever um arco normal e regular, com o cavalo tocando o chão uniformemente sobre toda a pata. Os talões devem arriscar logo antes da pinça e o centro do peso deve ser localizado na ponta da ranilha. Na pata normal, o casco atinge o pico do arco de suspensão quando passa pelo membro de apoio oposto.
As estatísticas mostram que, de cada 100 problemas diagnosticados nos locomotores, 80% estão nos membros anteriores e a grande maioria do joelho para baixo. A grande causa é a falta de alinhamento do sistema digital devido ao ângulo do casco menor do que o ângulo da paleta com a horizontal.
A pinça longa e os talões baixos, ocasionados pelo ângulo do casco menor do que o ângulo da paleta ou escápula, provoca um esforço maior de sustentação nos tendões flexores, ou seja, um braço de alavanca maior para suportar o peso de cima para baixo, que tenta jogar o boleto até o chão.
O recorte dos cascos deve ser realizado a cada quatro a cinco semanas e deve-se reposicionar as ferraduras dos animais que as utilizam também com a mesma freqüência.O objetivo da aparação é tornar o formato, o ângulo do eixo e o nível da pata tão próximos do normal quanto possível. No entanto uma aparação muito entusiástica que objetiva criar um eixo da pata perfeita é desaconselhada, pois qualquer alteração radical poder provocar alterações patológicas.O caso deve ser recortado de modo que a quartela e a pata fiquem com seus respectivos eixos formando uma linha contínua. O cavalo deve ser observado em repouso e em movimento , para melhor determinar os ângulos da pata mais adequados para cada animal. A finalidade deste exame é avaliar a forma da pata e da sua relação com o membro em repouso e em movimento. Além disso deve-se observar se a pata está equilibrada no eixo correto.Se for lembrado do que cada cavalo é um caso particular e possui a sua maneira própria de se locomover, que está diretamente relacionada a conformação, torna-se evidente que as práticas de recorte e ferraçào devem ser modificadas para se adaptarem a cada caso. Após a observação, a parte deve ser limpa com um limpador de cascos. As porções mortas da sola e ranilha devem ser cortadas com a rineta. Realiza-se apenas cortes superfi ciais, pois a ranilha normal e as camadas protetoras da sola não devem ser removidas. Mantendo-se em mente os ângulos adequados para este cavalo em particular, a parede do casco deve ser aparada com o torquês . Normalmente o recorte é iniciado em um talão e termina no outro, ou recortam-se os talões em direção a pinça.A parede normalmente deve ser aparada até o nível da ranilha, mas nunca além da sola. Deve-se estar bem atento ao ângulo da torquês, evitando que se criem irregularidades na superfície da parede do casco que se apoia no solo. As barras devem ser aparadas apenas até o nível da parede do casco na região dos talões e não removidas. Deve-se utilizar uma grosa para nivelar a superfície inferior da pata alisando-a após a aparação correta A grosa deve ser segura de modo plano e nivelado, para que não se rebaixe uma parede mais do que a outra. A abertura dos talões ou corta-se a parte larga da ranilha entre a barra e a própria ranilha, pode ser feita. O recorte da ranilha nesta região é necessário para que ela limpe a si mesma, o que auxilia na prevenção de infecções da mesma. As bordas externas da parede do casco devem ser grosadas em cunha até o limite externo da linha branca , nas paredes do casco mais grossas, para diminuir a probabilidade de fendas ou rachaduras da parede do casco.É também importante que se preste atenção ao comprimento da parede do casco. Esta distância medida auxiliará a manutenção do mesmo comprimento da pinça da pata oposta ou membros pélvicos.
Erros de Ferrageamento
O eixo ântero-posterior do sistema digital (linha imaginária que divide ao meio o boleto, a quartela e o casco) é quebrado para baixo e não reto como deveria ser, para que o digital suportasse a força de concussão do casco com o solo. Esta característica é o resultado de cascos compridos de pinça longa e t alões baixos (achinelados), que provocam pressão intensa na parte anterior das articulações dos ossos digitais ( falanges), distenção constante de tendões flexores, compressão excessiva da área do osso navicular e alteração do vôo do casco.
As barras são, em geral, cortadas pelos casqueadores, que desconhecem as suas funções. Elas são a continuação da muralha de sustentação e têm a finalidade de transmitir o peso para a perifieria do casco e de constituir um escoramento ideal para impedir o estreitamento dos talões e bulbos. A ausência de barras concentra o peso sobre os talões e ranilha.
As solas do casco, com os problemas vistos anteriormente, perdem a concavidade, são grossas e planas, sem muita flexibilidade e capacidade para absorver choques e sustentar o peso. A falta de concavidade diminui as ações de expansão e contração do cascos.
Como a angulação do casco e sistema digital não é medida e comparada com a condição anatômica ideal do cavalo que é dada pelo ângulo da paleta (escápula), o animal, muitas vezes,não tem o plano de sustentação ideal, colocando o casco de forma inadequada no solo.Esta condição aliada à condição de termos cascos desbalanceados, com metades desiguais, é conhecida como desbalanceamento médio-lateral. A parte do casco que tóca o solo por último é a que se desgasta mais, porque recebe maior esforço e atrito durante o movimento.O desbalanceamento é a causa de cascos tortos, dos vícios de movimentação dos locomotores e dos problemas de aprumos.O casco balanceado deve ter as metades iguais e os comprimentos entre cada talão até a pinça também iguais.
A abertura dos canais da ranilha (lateral, central e medial) é fundamental para o arejamento da sola (maior entrada de ar), e facilidade para o movimento de abre e fecha dos talões do casco e do trabalho de junta de dilatação da ranilha.O canal central da ranilha quando fica fechado é foco de frieira ou pododermatite exudativa que amolece a ranilha, provoca mau cheiro e prejudica a performance do animal, sobretudo em piso de areia.
Não repor o verniz das partes raspadas pela grosa ou outras ferramentas usada na aparação do casco. O verniz é a proteção que garante a taxa de evaporação e a umidade necessária ao casco. A falta de verniz provoca o ressecamento e as rachaduras, devido a deficiência de keratina. O único produto que incorpora a tecnologia de devolver o vitrificado das partes raspadas é o Cascotônico, que penetra na matéria córnea devido à sua forma líquido-oleosa, tendo, ainda, ação bactericida, fungicida e de enrigecimento controlado do casco e ranilha.O Cascotônico possui em seu principio ceras e óleos vegetais e animais que incentivam o metabolismo de crescimento e renovação dos tecidos.
A Limpeza dos Cascos
Comece pelo membro dianteiro ,posicionando-se corretamente, ou seja, se você vai limpar as patas dianteiras, fique em pé do lado do cavalo. Quando o cavalo já estiver acostumado, ele logo erguerá a pata ao sentir o toque de suas mão em seus membros. Uma prática segura é empurrar a espádua do cavalo com seus ombros para que ele desloque seu peso para as outras patas. Uma vez que a pata estiver levantada segure-a com uma mão e limpe com a outra.
No membro traseiro o processo é parecido com o das patas dianteiras, mas talvez um pouco mais complicado devido a conformação do animal (anatomia do jarrete). Primeiro levanta a pata para frente, somente depois vire-a para trás. Para pegar a pata traseira, fique de pé ao lado da garupa na altura da anca do cavalo. É importante ficar bem perto, pois caso o animal tente dar coice, será mais fácil esquivar-se. Apóie as duas mãos na garupa do animal e depois vá descendo por trás do quarto traseiro do animal. Quando suão mãos atingirem a canela faça leve pressão até que ele dobre seu jarrete e estenda-o para frente (antes de vira-lo para trás).
Segure a pata de seu cavalo distante do chão para que ele perceba que você quer mantê-la em suas mãos. Faça com que perna, joelho e jarrete dobrem naturalmente.
Quando a perna estiver em suas mãos, ou em seu colo, e o cavalo não estiver mais puxando, comece a limpeza do casco. Para a sua segurança, nunca limpe enquanto o cavalo estiver puxando, ou tentando estirar.
O material usado é um limpador de metal, normalmente coberto com borracha onde você segura. Mas, a maioria prefere o modelo de plástico ou ferro. Existe alguns que ainda tem uma escova acoplada para fazer a limpeza dos entulhos mais fácil.Medidas de Segurança
Com um cavalo novo ou irrequieto amarre-o ou tenha alguém para segura-lo. Com um cavalo novo ou irrequieto amarre-o ou tenha alguém para segura-lo.Nunca mexa, ou tente levantar a pata sem antes manter um contato com a parte superior do corpo do animal, pois os mesmos podem reagir dando coices ou pulando de surpresa.Nunca sente no chão para limpar os cascos de um cavalo. Você fica sem mobilidade caso o cavalo queira se mexer ou dar coice.Nunca casqueie um cavalo quando estiver descalço, pode ser perigoso.Caso moscas sejam o problema, passe um spray repelente em seu cavalo, antes mesmo de segura-lo, para evitar que o incomodem.
Fonte: Centran Toledo http://www.toledohorse.com.br/
(Equitação Especial)
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