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terça-feira, 9 de março de 2010

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quinta-feira, 4 de março de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

Pensando Cavalo

O livro, Horses and Horsemanship, escrito por M.E.Esminger, professor da Universidade Estatal de Wisconsin, E.U.A., (também citado no livro Classical Horsemanship de Winnie Sott*) diz que existem fósseis de uma família de eqüinos que data da Era Terciária, ou seja, o cavalo existe acerca de 58 milhões de anos.Isso me faz pensar que este animal é um vencedor porque, sendo "predado", teve que desenvolver um sistema de auto-preservação extremamente sofisticado para sobreviver até os nossos dias. Portanto, quando empina, corcoveia, manoteia, empaca, escoiceia, morde, dispara, assusta-se com os mais inusitados objetos, quer apenas salvar sua vida. Muita gente pensa que, pelo fato de ele hoje, na maioria das vezes, ser criado e manejado em haras e fazendas, a partir de técnicas específicas de criação profissional, tenha perdido esse instinto de auto preservação, o que não é verdade; esse instinto é uma demanda arquetípica. Penso que com as pessoas acontece de forma semelhante.Historicamente, o cavalo faz parte da vida do homem há 5000 anos. Quando este o montou pela primeira vez, não havia ninguém para lhe servir de modelo. Deve ter aprendido a partir das suas próprias observações; foi lhe necessário estudá-lo, ou seja, perceber como ele operava física, mental e emocionalmente. Não sei como se deu esse primeiro encontro.Talvez tenha encontrado um potro cuja mãe tenha sido morta por algum predador e resolveu criá-lo. De qualquer modo, ganhou sua confiança. Em seguida, pensou que pudesse montá-lo e, ao fazê-lo, deve ter se sentido muito mais poderoso - o que certamente lhe provocou uma emoção muito forte - uma vez que poderia saltar mais alto e correr mais rápido do que fazia antes; deve ter sentido como se o cavalo fosse a sua própria extensão. Nesta interação constatou que o cavalo foi seu primeiro professor, e assim é; o cavalo é o nosso melhor professor.Xenofontes, um general grego, escreveu há mais de 24 séculos um livro intitulado: "A ARTE DO HORSEMANSHIP". Esta obra consta da maioria das bibliografias sobre estudos a respeito do manejo, maneiras de montar e disciplinar cavalos. Todos os autores que o conhecem são unânimes em dizer que o livro é de uma clareza ímpar no que se refere ao conhecimento sobre cavalo.Sua postura implicava no respeito, na segurança, no conforto e na compreensão do animal, quando em treinamento. Ele diz: - "Nada forçado e sem compreensão pode ser belo". - "Os potros devem ser treinados de tal maneira que não só gostem de seus cavaleiros, mas que também estejam esperando ansiosamente por eles no dia seguinte".Não sei o que aconteceu no curso da história para que essa postura tenha sido abandonada e substituída por aquelas de confronto e intimidação, abusando do chicote e da espora para discipliná-los.Em todos os meus artigos, tenho falado insistentemente que a maioria das pessoas não observa que o cavalo é um animal "predado" e, por isso, a necessidade do instinto de auto- preservação. Portanto, quando se lida com esses animais, não levar em consideração esse fato é trombar de frente com eles.O cavalo não responde àquilo que estamos pedindo, por três razões básicas: por não compreender, por estar confuso ou, ainda, por não ter lhe sido ensinado. Se não levarmos em conta esses fatores, estaremos procurando briga e, com certeza, vamos encontrar, com a agravante de que sempre vamos sair perdendo, pela razão mais óbvia: ele é mais forte que nós. O que devemos fazer é lhe dar tempo para que possa aprender e compreender o que estamos pedindo. Não há atalhos e a única mágica que existe somos nós e o nosso cavalo, ajustando-nos a cada situação que aparece, procurando Sentir o seu Timing a fim de que possamos ter uma relação mais Equilibrada, e com isso conseguirmos uma posição mais adequada de onde ele possa começar melhor.Nos meus 26 anos de atividade, tenho ouvido muitas pessoas dizerem que, se não quebrarmos o Espírito do cavalo, ele vai ficar com o Pulo escondido e que mais dia menos dia esse Pulo vai aparecer. A meu ver, o Espírito talvez seja a parte mais importante do cavalo e o que mais quero é construir esse Espírito, porque só assim vou poder utilizá-lo. O cavalo tem uma psicologia própria que controla seu corpo, ou seja, suas pernas e seus pés. Observo as pessoas lidando com eles, não levando em conta que essa necessidade básica de auto-preservação faz parte de seu mundo, portanto, pensam, são sensíveis e tomam decisões, assim como nós.Sinto que o problema todo reside na necessidade de reconhecermos o antagonismo entre as duas naturezas. Sendo o homem predador e o cavalo "predado", fica evidente que somos biologicamente antagônicos. Nosso trabalho é garantir a ele que pode conservar seu instinto de auto preservação e ainda responder ao que lhe estamos pedindo. Isto será muito útil, tanto para nós como para o cavalo.Minha maior preocupação, quando estou iniciando um potro, é lhe deixar o mais claro possível que não precisa ter medo nem se proteger. Gosto de dar-lhe tempo para compreender o que quero dele. Às vezes, ir devagar é o jeito mais rápido de se chegar a algum lugar. Não quero, de maneira nenhuma, assustá-lo. Se ele ficar com medo de mim, na próxima sessão estará também com medo, pois estará esperando por isso, assim que me vir. Aplicar uma pressão inadequada, quer dizer, apressar o programa de treinamento por qualquer razão, obrigá-lo a trabalhar até o cansaço extremo, não lhe dando o Tempo necessário para que possa compreender o que espero dele vai despertar seu instinto de autopreservação, o que ele tem de mais forte, gerando confusão e, conseqüentemente, rebeldia. O cavalo é um ser naturalmente liderado, portanto, nosso trabalho é liderá-lo da mesma forma que um cavalo faz para controlar outro. Pensar que com açúcar e cenoura vamos conseguir lhe colocar sela e fazê-lo trabalhar para nós é pura ilusão Waltdisneyana. Ele vai nos testar em nível de nossa capacidade de liderança, muitas vezes em situações realmente difíceis. Temos que provar que não somos predadores, mas sim líderes, preparando-nos para as situações que ele vai nos criar, antecipando-as, sem lhe causar susto, medo ou dor, situações que lhe permitam tomar decisões corretas em relação a nós. Por exemplo, no trabalho de redondel,a atitude é incorreta é quando ele pára com a cara virada para a cerca, o que significa que vai trabalhar (galopar) mais. A atitude correta é quando pára com a cara virada para o seu treinador; então, a pressão deve ser aliviada imediatamente, permitindo que descanse e perceba que é isso que se espera dele. Assim, estaremos trabalhando através da sua mente.Quando aprendemos a fazer uma leitura do cavalo através da observação de suas expressões, crescem nossas possibilidades de comunicação. O que dizem suas orelhas, seus olhos, sua boca? Suas ações também vão nos dizer o que está acontecendo: quando está compreendendo ou quando não está, quando está com medo ou quando está agressivo. Interpretar o nível de aceitação representado por essas atitudes é o nosso Gol. Aprender a ler o cavalo é aprender uma linguagem nova é a comunicação através da sensibilidade, e isso só se consegue com a mente aberta. De nada adianta uma atitude arbitrária, opressiva, como se fôssemos superior a ele.Temos de permitir que ele aprenda. Por exemplo: quando quero ensinar meu cavalo a virar a cabeça para a direita, encurto a rédea direita; assim que percebo a menor tentativa de ele me dar a cabeça, alivio a pressão. Rapidamente ele compreenderá, porque estará procurando por aquele ponto (alívio da pressão), e assim estarei dando-lhe uma razão, um significado para fazer aquilo.Existem pessoas que chamam esse procedimento de Doma Racional. Prefiro chama-lo "Doma" "D inâmica O rganizada m ovimento a destrado". Tenho que ter muita Doma para que possa pôr Doma no meu cavalo; a atitude "Doma" é responsabildade mútua.Nunca sei o que vou fazer quando chego perto de um cavalo pela primeira vez. É ele que vai me dizer o que fazer e como fazer. Quero estar conectado com ele e poder dar-lhe o Tempo que precisar para que me compreenda. Procuro um entendimento de parceria, não estou interessado em escravidão. Quero a interação mais profunda possível naquilo que eu e ele estamos nos propondo a fazer juntos.

Fonte : Eduardo Pacheco Borba
*Grifo nosso

Instintos Básicos

O período de crescimento pode ser descrito como o tempo desde os primeiros movimentos do feto, após a concepção, até que atinge o desenvolvimento completo e a idade adulta.O animal adulto atravessou mudanças de comportamento que são o produto da aprendizagem e das características do ciclo natural da vida de uma dada espécie.O período de desenvolvimento inicial é o tempo da vida do poldro quando os seus padrões de comportamento, conjuntamente com as características anatómicas e fisiológicas vão passando por rápidas e significativas modificações que o influenciarão para o resto da sua vida. Ao nascer, o poldro apresenta padrões comportamentais que desenvolveu no período pré-natal enquanto no útero da mãe. Os movimentos podem ser detectados a partir do terceiro mês de vida fetal em diante por meio de perscrutação ultra-sónica. Isto torna-se progressivamente mais complexo porque o feto desenvolve-se completamente dentro da mãe durante o período de gestação, cuja duração média é de 335-340 dias.Na altura do nascimento as patas da frente do poldro aparecem logo a seguir à ruptura da membrana alantóide, a estimulação dos membros nesta fase provocará uma resposta reflexa. O potro deixa de responder ao estímulo enquanto passa pelo pélvis da mãe até que os quadris estejam libertados. Após segundos de ter nascido o ritmo respiratório está estabelecido, e o recumbito do esterno/a postura levantada da cabeça e pescoço são conseguidos em poucos minutos.Os poldros, são normalmente, capazes de se levantarem dentro de quinze minutos/uma hora depois do parto.Os movimentos dum poldro recém-nascido continuam geralmente com sucessivas experiências.Os cavalos são uma espécie "seguidora", e é essencial para um poldro estar apto a mover-se o mais depressa possível depois do nascimento para seguir a mãe sem hesitação. A mãe reconhece o poldro por meio da vista, cheiro e som. Os laços filho-mãe levam 2-3 dias a estabelecer-se e durante este tempo a mãe poderá demonstrar evidentes sinais de agressividade em relação a qualquer outro cavalo que se aproxime demais do seu poldro."Imprimir" diz-se de várias alterações de comportamento pelas quais um animal jovem se liga devotadamente a uma "figura materna". Esse registo (impressão) acontece geralmente logo a seguir ao nascimento e resulta numa fixação difícil de mudar.É uma forma única de aprendizagem, a qual, não tem comparação com qualquer outra forma. É irreversível e restringida a um breve "período sensível (impressionável)" que se segue ao parto.Espécies precoces, como são os cavalos, tendem a seguir após o parto, objectos de grande porte em movimento. Porém os poldros podem também imprimir objectos fixos de grande porte, como por exemplo, árvores, e recusarem-se a afastaram-se delas. Há ainda animais que são adoptados por mães de espécies diferentes/i.e. gatinhos criados por uma cadela com cachorros) e que imprimem a figura da nova mãe e actuam de facto, como se fossem cães. Uma associação a longo termo com outra espécie, especialmente quando a associação envolve alimentação, pode influenciar o comportamento do animal e a escolha do parceiro sexual por toda a vida. A socialização mais generalizada com outros animais/espécies, podem, no entanto ocorrer muito depois do período susceptível de provocar a fixação ou impressão.A "impressão" ocorre nas espécies animais nas quais a ligação com os pais, com grupos de animais afins, e com membros do sexo oposto é muito importante mas que corre o perigo de ser mal orientada.Verifica-se que o tempo sensível à impressão coincide com o tempo em que a possibilidade de erro é mínima, isto é, antes que o recém-nascido tenha a chance de encontrar indivíduos de qualquer outra espécie que não seja o da mãe.Como as éguas prenhes frequentemente se isolam dos outros cavalos antes do parto, ou somos nós que as isolamos, normalmente, o primeiro grande objecto em movimento visto pelo poldro acabado de nascer, é a sua própria mãe.O novo poldro pode ficar confuso com outros grandes objectos em movimento, mas recebe também importantes estímulos tácteis da mãe.Através do contacto com a superfície do ventre da mãe aprende a identidade e localização do úbere e encontra as tetas.O comportamento da égua também se modifica no período pós-parto, aumentando a eficiência da sua tarefa de vigiar o potro.Neste período crítico a mãe aprende rapidamente a identificar o seu recém-nascido e relacionar-se com ele como uma extensão de si própria, particularmente vulnerável. Em contrapartida outro jovem poldro, mesmo que notoriamente parecido, e rejeitado; um comportamento hostil é demonstrado ao estranho; este comportamento, em muitos casos, pode até tomar a forma extrema de agressão.Em estudos nas zebras das planícies, tem sido registado que durante os primeiros dias depois do parto, a égua, numa postura ameaçadora, expulsa todos os outros membros do grupo que se aproximem a mais de 3 metros do poldro. Incluindo o garanhão da manada.Tem sido aventado que este comportamento está claramente correlacionado com o período crítico em que o poldro imprime a imagem da mãe, com a sua agressividade, a égua evita que o poldro aceite outro animal como mãe.Alguns dias depois de parir, esta agressividade cessa e todos os membros do grupo podem entrar em contacto com o poldro.É também o que acontece quando se recorre a mães adoptivas como "mães substitutas" para poldros órfãos: se o período crítico da mãe para imprimir já está ultrapassado a adopção e aceitação é mais demorada e o resultado mais duvidoso.Tem havido casos de jovens poldros serem mortos por garanhões tanto entre cavalos domésticos como entre cavalos vivendo em liberdade. Não é muito vulgar, mas quando acontece, são os poldros machos que são mortos; isto sugere que este comportamento possa ser um sistema natural de controle da população e/ou casta. Nos exemplos registados nos cavalos Camargue, os garanhões em causa são cavalos que se juntaram recentemente à manada, e por isso pode ter sido a tentativa de assegurar a transmissão do seu próprio genes à futura população da manada.Poldros mortos pelas mães são extremamente raros, mas tem sido registados entre cavalos domésticos.As éguas vivendo em liberdade ou domésticas formam uma forte ligação com os seus poldros muito rapidamente depois do parto, e quando separadas, cada um deles pode localizar o outro muito depressa. Sinais vocais parecem ser de primordial importância quando um par égua-poldro procura encontrar-se, a vista e o cheiro têm também um papel chave no seu reconhecimento.Estudos feitos entre as zebras das planícies demonstram que os padrões individuais das riscas, como complemento do cheiro e voz, são importantes no reconhecimento entre mães e filhos.Os poldros podem começar a mamar muito rapidamente - nalguns casos, 35 minutos após o parto.O comportamento imediatamente anterior ao aleitamento inclui esticar a cabeça e o pescoço ao mesmo tempo que abrem e fecham a boca num movimento lento de abocanhar. Este movimento de abocanhar tem sido registado como um dos primeiros movimentos, feitos pelos recém-nascidos poldros, nalguns minutos a seguir ao nascimento.O acto de mamar é geralmente iniciado pelo próprio poldro o qual se orienta directamente para o úbere e depois de se posicionar correctamente, começa a dar "cabeçadas" isto é empurra o úbere com o focinho. Frequentemente os poldros andam à volta da mãe ou andam por debaixo do pescoço antes de se aproximarem do úbere.Vocalização e sacudidelas da cabeça antes de começarem a mamar também é vulgar. Este comportamento característico tem como finalidade avisar a mãe da intenção do poldro e é importante para facilitar o leite a descer até às tetas. Também encoraja a mãe a ficar quieta enquanto o poldro mama. A amamentação, nas primeiras semanas, ocupa a maior parte do tempo das actividades do poldro. É neste período que se registam os picos de amamentação tanto em tempo como em quantidade.Estes períodos podem durar desde alguns segundos até alguns minutos, dependendo da idade e de padrões de preferência individuais. Porque os períodos de mamar e de dar cabeçadas nas mães, são sobrepostos, aos períodos de alimentação não definidos, identificando os períodos de não amamentação. Por seu lado estes períodos são definidos como intervalos entre os períodos de alimentação.Chupar as tetas além de servir a função nutritiva, constitui um comportamento de conforto.Os poldros frequentemente vão mamar imediatamente após ter sofrido qualquer perturbação ou manuseamento. Isto pode ser associado também à necessidade de aliviar a ansiedade.As cabeçadas no úbere estimulam a libertação de oxitocina (a hormona responsável pela libertação do leite) da hipófice do cérebro, encorajando a descida do leite e sua ejecção no úbere.As cabeçadas podem ser dolorosas para a mãe durante certos períodos sensíveis; é o que acontece muitas vezes nas 2/3 primeiras semanas de lactação. Nestes períodos as mães são relutantes em deixar os poldros mamar, às vezes mesmo activamente evitam que eles o façam.As mães têm várias maneiras de ajudar os poldros a mamar. É muito vulgar flexionarem a perna traseira do lado oposto ao lado em que o poldro está a mamar; também mantêm, a perna traseira do lado em que o poldro mama, afastada do corpo e levantada, ou posicionam-se elas próprias com as pernas da frente bem para a frente e as pernas traseiras muito quietas para que o úbere fique bem acessível ao poldro.Caracteristicamente as mães vão ficando menos tolerantes com as actividades de amamentação conforme os poldros vão crescendo, isto pode ser considerado como o início do processo natural de desmame.Éguas puro-sangue demonstram grande resistência às actividades de amamentação dos seus poldros depois de estes atingirem seis meses de idade, e activamente vão encurtando os períodos de mamar dos poldros, nalguns casos demonstrando evidente comportamento agressivo quando os poldros são muito persistentes.

A Expressão Corporal

De face dura, imutável, pobre de mímica, o cavalo se expressa pelos olhos que ficam arregalados quando está com medo e, principalmente, pelas orelhas. Quando estão voltadas para a frente, como dois cones peludos, é sinal de alerta: está prestando atenção a um som, uma imagem, um cheiro... quem sabe, à ração que está chegando, ou a uma fêmea no cio? Trocar orelha é a manifestação de desconfiança, de dúvi-da. Agora, quando as duas orelhas estão deitadas para trás, abaixadas, cuidado meu amigo porque o cavalo está irritado: pode dar uma mordi-da, um manotaço, um coice. Os cavalos comunicam sobretudo através de expressões e gestos. A comunicação é a base de todas as relações e aprender a perceber o cavalo melhora o relacionamento entre cavalo e cavaleiro. medida a excitação aumenta, todo o corpo parece crescer e tornar-se mais imponente. A cabeça mantém-se erguida e a cauda está orgulhosamente levantada. Por outro lado, quando a excitação diminui e ele está sonolento, enfastiado ou submisso, a cabeça e cauda pendem, o corpo verga-se, o que faz o animal parecer mais pequeno. Esta manifestação vertical – do animal cheio de vida – é compreendida claramente pelos seus companheiros, que reagem de modo adequado. Ela faz parte da linguagem corporal dos cavalos, e é utilizada sempre que se encontram.Esta norma vertical é quebrada apenas quando o grau de excitação atinge um ponto em que eles partem a galope. Então, as exigências físicas da locomoção a alta velocidade forçam o corpo do cavalo a uma postura mais esguia e horizontal, apesar do elevado grau de excitação. Para além da tonicidade muscular, existem três mensagens corporais que podem ser lidas com facilidade. São elas a repressão com o corpo, o empurrão com o ombro e a apresentação da garupa. A repressão com o corpo é utilizada por um animal dominador que deseja impedir os movimentos de um rival. É uma forma de ameaça que diz "Aqui mando eu ". O animal que intimida coloca o corpo em frente do do outro, em sentido perpendicular, e impede-o de avançar. Isto coloca este último animal num dilema. Ou reage ao desafio e tenta forçar o caminho para avançar, ou deixa-se dominar, virando-se e ficando humildemente onde está, ou voltando para trás e indo-se embora. Nesta situação, se recuar, está a admitir a derrota e a reconhecer que o outro cavalo é superior. Isto porque o ato de se afastar é uma mensagem específica utilizada por cavalos quando lutam. O movimento do cavalo que reprime forçando o rival a enfrentá-lo ou a declarar activamente a sua inferioridade é, portanto uma maneira conveniente de reforçar o seu estatuto no grupo sem ter de recorrer a lutas perigosas. O empurrão com o ombro é uma versão mais ativa de repressão com o corpo; o animal que ameça vai mais longe na manifestação visual, tocando no rival e empurrando-o. Uma das razões porque há tantas objeções e inquéritos nos hipódromos é que, se um jóquei incitar deliberadamente o seu cavalo a empurrar um cavalo rival com o ombro, este último não só vê o seu caminho obstruído, como se sente psicologicamente intimidado. No pólo equestre, esse mesmo movimento é utilizado deliberadamente como parte aceitável do desporto, sendo considerado um bom pónei para o pólo aquele que está sempre disposto a empurrar os outros póneis.A apresentação da garupa é utilizada como uma manifestação defensiva. O cavalo em causa apenas se volta, de modo a oferecer um coice. Esta é uma forma de ameaça . Tem origem na colocação do corpo em posição de dar coices e atua como aviso de um possível ataque. Os outros cavalos aprendem rapidamente a reconhecer estas etapas preparatórias de ação e reagem a elas, sem esperarem pelo resto do movimento.As orelhas são a zona do corpo do cavalo mais móvel e mais expressiva.Orelhas para o lado - Quando o cavalo se encontra relaxado, as orelhas podem estar pendentes para o lado.Orelhas para trás - As orelhas para trás têm diversos significados. Conhecidas por alertar o cavaleiro de que o cavalo está irritado e prestes a atacar, as orelhas nesta posição só têm esse significado quando acompanhadas da exposição da zona branca dos olhos, lábios contraídos nos cantos, ou o abanar da cabeça. As orelhas para trás podem significar que o cavalo está apenas atento a ruídos que vêm de trás, à voz do cavaleiro por exemplo, ou até que está sonolento. Os cavalos colocam também as orelhas para trás quando galopam ou executam uma manobra difícil.É importante distinguir estas situações, pois como sinal de agressão, o cavaleiro deve tomar precauções e repreender o cavalo. Contudo, o cavalo não deve ser repreendido se está a prestar atenção às indicações do cavaleiro ou se apenas está com sono.Muitos cavalos não utilizam a expressão agressiva com pessoas e não é aconselhável que adquira um cavalo que o faça. Contudo, já é frequente os cavalos utilizarem esta expressão entre eles. E de seguida haver coices e relinches. Orelhas para a frente - Os cavalos apontam as orelhas para o seu motivo de interesse. Geralmente, orelhas viradas para a frente indicam que o cavalo está atento e interessado. Os cavalos cumprimentam-se com as orelhas voltadas neste sentido.Contudo, as orelhas orientadas para a frente são também um claro sinal de que o cavalo está a detectar algum perigo. Nestes casos, o cavalo levanta o pescoço e mostra-se alerta.Expressões faciais: Olhos semicerrados e lábios contraídos – Pode significar mau humor ou dor. Nariz enrugado – Significa aborrecimento ou repulsa.Dentes expostos – São sinal de ameaça, um alerta do cavalo de que pode vir a morder.Cauda:Abanar a cauda é sinal de irritação e pode mesmo indicar que o cavalo está prestes a dar um coice. Se o cavalo se aproxima do cavaleiro com a parte traseira, então o melhor é desviar-se pois o animal prepara-se para dar um coice. Abanar a cauda pode ser também sinal de amizade se os cavalos o fizerem quando estão lado a lado. Atirar a cauda para o próprio corpo serve para afastar moscas ou outros insectos. Trazer a cauda elevada é sinónimo de prazer, já que os cavalos brincam e correm com a cauda nesta posição.Meter a cauda entre as pernas e baixar a parte traseira significa que o cavalo está com medo.Cabeça :Abanar a cabeça pode ser sinal de brincadeira, geralmente quando o cavalo está solto no campo e a correr. Contudo, pode também ser sinal de desconforto se estiver a ser treinado.Com a prática e observação os cavaleiros aprendem a não só identificar a linguagem corporal dos cavalos em geral, como também as expressões única do seu cavalo, como por exemplo, a expressão que o animal faz quando o escova no sítio que ele gosta. É caso para dizer que se a linguagem corporal serve para evitar coices, também serve para dar mimos .
O bom adestrador procura entender a linguagem do cavalo. Quando sob forte tensão, assustado, com medo ou raiva, dar uma dentada nada mais é do que uma reação natural de defesa. Assim como nós, ele também tem dor de cabeça, febre, cólica, ansiedade, agressividade e medo. Talvez o medo seja o fator mais importante de sobrevivência de qualquer espécie animal. (E que no homem é tão grande!). Para uma égua, como em todas as fêmeas dos mamíferos, a gestação, o parto e o puerpério são períodos de grande tensão pois são períodos de maior vulnerabilidade diante dos predadores (exacerbação da emotividade, aumento do peso corporal, diminuição da velocidade e da resistência), favorecendo as agressões, já que agredir é a única maneira de se defen-der quando não se pode fugir. O mesmo acontece durante o cio, quan-do a égua muda a postura - patas traseiras levemente abertas, secreção mucosa saindo da vulva, trocar de orelhas - e, principalmente, de tem-peramento - fica hiperexitada, assustada, agressiva, nervosa, inquieta, louca para dar. Lembra o velho ditado machista: "Água morro abaixo, fogo morro acima e mulher que quer dar, ninguém segura!" (Para pro-var o quanto este ditado é preconceituoso basta substituir o termo "mulher" por "homem" e "dar" por "comer" que o sentido não muda, provando que os comportamentos instintivos são iguais para ambos os sexos).

Fontes : Eduardo Festugato
Equisport

segunda-feira, 1 de março de 2010

A Inteligência do Cavalo

Diz-se que um poldro de um ano já aprendeu mais de 75% daquilo que precisa de saber: como controlar os seus membros em todos os andamentos; como mamar, pastar, beber água, como comer concentrados e feno se lhe forem postos à disposição; como coçar-se quer com um casco quer esfregando-se numa árvore ou poste; o que são os humanos: onde se situa o bebedouro no pasto; as horas a que chegam os humanos e com que finalidade e por diante. Tudo isto é essencial à sua capacidade para se adaptar à vida. Na vida selvagem os cavalos tinham que se adaptar rapidamente ao seu meio ambiente e à forma de como certos aspectos do mesmo afectavm o seu conforto e sobrevivência. Como animal de manada, uma das coisas mais importantes a aprender, à parte da identificação da mãe, era saber qual a sua posição hierárquica na manada e a quem, dentro dela, era melhor obedecer. Também precisavam de aprender sobre o tempo e onde se haviam de abrigar das intempéries, quais os sinais que lhe indicavam onde havia comida, o que eram os predadores e o medo, e como escapar. Também tinha que desenvolver rapidamente a sua capacidade de decisão - "fugir - ou lutar" e saber que estar perto da mãe e da manada representava segurança. Em domesticidade o poldro ainda aprende estas coisas e provavelmente com mais rapidez. Aprende a identificar a mãe em poucas horas se lhe for permitido ficar sozinho com ela durante as primeiras 24 horas. Crê-se que o poldro aprende ainda no útero qual o cheiro, o sabor e os sons que a mãe emite, mas o choque imenso do nascimento para um mundo frio e cintilante deve provocar-lhe muita desorientação e stress sendo necessário um novo processo de aprendizagem e adaptação. Os cavalos aprendem muito por associação. Ligam um som ou uma situação particular com um resultado ou acção definidos. Quando surge de novo a mesma situação ou som esperam que se reproduza o mesmo reultado proveninte dessa acção ou som. Isto põe sobre o treinador um certo peso, uma vez que deverá assegurar-se de que o cavalo não seja sujeito a situações desagradáveis e ter a certeza de que tanto o treino como o maneio sejam totalmente consistentes quer no trato com o cavalo quer na forma como se serve das ajudas e ainda na posição do cavaleiro. Os cavalos são extremamente observadores e têm excelente memória (outra herança da sua ancestral vida selvagem) reagindo à menor alteração de peso e de posição do cavaleiro. Tendo a faculdade de em grande extensões de terreno se lembrarem dos locais onde há comida, abrigo e água, e dos lugares onde provavelmente existem predadores, os cavalos também possuem uma memória extremamente longa. Reconhecem-se mutualmente após longos anos de separação, as suas reacções demonstram-no. Parece ser provável que também reconheçam humanos mas nem sempre o demonstram tão bem. Recordam particularmente bem caminhos e lugares, especialmente se alguma coisa marcante lhes sucedeu ali (boa ou má). É por esta razão que um cavalo que se assuste ao passar em determinado local provavelmente o fará sempre que aí volte a passar, esperando que o que quer que fosse o volte a assustar. Consequentemente na maior parte dos casos, pode ser extremamente difícil treiná-los de novo, tirar-lhes maus hábitos ou corrigir ensinamentos anteriores que podem ter-se tornado com o decorrer do tempo em verdadeiros problemas. A paciência e as ajudas tanto físicas como orais podem eventualmente sobrepôr-se a estes velhos hábitos que podem aparecer de novo em momentos de stress ou desconcentração. As segundas oportunidades são raras. Devido ao facto de os cavalos aprenderem tão rápida e profundamente, é fundamental fazer as coisas correctamente quando se procede ao seu ensino. A pessoa com uma atitude calma e firme, que consegue manter a presença de espírito sob condições adversas tem muito mais possibilidades de ensinar um cavalo, que responde, seguindo as indicações que lhes são dadas, confiando, mesmo quando em pânico, que estará seguro. Os cavalos seguem as indicações dos humanos, sejam elas boas ou más, e a maior parte deles são suficientemente espertos para se aperceberem do facto de que é conveniente agradar aos humanos. Também aprendem seguindo o exemplo de outros cavalos: dá muito resultado utilizar um cavalo já ensinado para guiar um poldro que se começa a ensinar ou um cavalo que se pretenda reabilitar. Cavalos com experiência e que já confiam num cavaleiro sensato não se deixarão influenciar por um poldro irrequieto, podendo-se observar a sua influência sobre o mesmo, por vezes com um simples olhar. Os cavalos comunicam entre eles com muito mais linguagem corporal do que nós. Se for permitido a um poldro observar um cavalo já experiente, aprenderá mais depressa do que um a quem nunca foi dada essa oportunidade.É do conhecimento geral que um poldro numa situação complicada seguirá, na maior parte dos casos, outro cavalo, não confiando no ser humano.Certos treinadores antigos, muitos dos quais ainda vivem, acreditavam no castigo quando o cavalo respondia incorrectamente a um comando ou ajuda. Se o treinador tentava ensinar uma cavalo a entrar a galope com a mão direita e o cavalo insistia em sair com a esquerda, era castigado com o chicote ou espora ou ambos. A escola de pensamento que prevalece hoje é a de recompensar o cavalo quando ele responde correctamente e de nada fazer quando ele não o faz, ou simplesmente dizer não ou outro sinal que lhe tenha sido ensinado e que ele entenda como desaprovação. Bater ou insultar um cavalo que está a tentar descobrir o que lhe queremos ensinar é estúpido e cruel. Provavelmente um aspecto tão importante como o da firmeza quer na recompensa quer no castigo é o de administrar qualquer destas acções no momento imediato à execução do exercício. A sua mente funciona de um modo, que para poder relacionar as duas coisas elas não podem distanciarem-se mais de um ou no máximo dois segundos. Após este lapso de tempo não relacionará uma coisa com a outra e a recompensa ou repreensão dados não servirão para nada. Os castigos que o cavalo não entende traduzem-se num animal zangado, ressentido e no melhor dos casos não cooperante. Recompensar um cavalo passado já algum tempo de ele ter cumprido, como por exemplo quando sai do campo de obstáculos após uma boa prova, é demasiado tarde. Todavia, uma palavra de apreço sussurrada de cada vez que transpõe bem um obstáculo é compreendida e motivante para o cavalo porque consegue relacionar as duas coisas. É enfurecedor ver cavaleiros a dar uma chicotada a um cavalo depois de ter feito a batida para um salto. Esta acção indica ao cavalo, sem sombra de dúvida, que ele está a actuar incorrectamente! O mesmo acontece com as pancadas na boca, as espetadelas das esporas e mesmo as violentas pancadas que lhe são infligidas nas costas pelo "assento" do cavaleiro. Qualquer acção desagradável ou dolorosa será inevitavelmente associada pelo cavalo ao acto de saltar (ou seja qual for o exercício em execução). Quando nos debruçamos sobre as técnicas utilizadas por alguns cavaleiros podemos considerar um milagre não existirem mais cavalos a recusar ou a "pegarem-se". As palavras-chave do ensino são: firmeza, oportunidade, repetição e a recompensa. Estamos todos cientes de que o método de ensino convencional indica que não se deve permitir ao cavalo a iniciativa e antecipação ou seja, fazer o que pensa que lhe vamos pedir antes de o fazermos. Diz-se que isto diminui a nossa autoridade em vez de mostrar inteligência por parte do cavalo. Os cavalos adquirem hábitos com muita facilidade e há quem afirme que isto não demonstra verdadeira inteligência, sendo simplesmente o cavalo a executar o que se lhe tornou habitual. A minha opinião é a seguinte: sendo nós seres de suposta inteligência superior, deveríamos lembrar-nos e aceitar o facto de que os cavalos são criaturas de hábitos e anteciparmo-nos às suas acções, tomando medidas para evitar qualquer acção que pensámos que vai executar, tal como assustar-se num local onde costuma fazê-lo. A antecipação é na verdade uma expressão de inteligência e pessoalmente fico preocupada quando um cavalo não demonstra qualquer sinal dessa antecipação - memória e capacidade de aprendizagem . O estratagema favorito dos investigadores cientificas para avaliarem a inteligência animal é o labirinto. Para o meio deste são lançados os mais diversos tipos de animais e o que chegar primeiro ao alimento que se encontra no centro é julgado como sendo o mais inteligente. A sua profissão inclui vários outros truques como a solução de problemas, tais como a aprendizagem de qual a alavanca a accionar ou a quis sons responder de forma a descobrir onde encontra a recompensa. Este tipo de teste é totalmente desadaptado aos cavalos que nunca, no seu meio natural têm que resolver problemas deste tipo. O teste real à inteligência é o da sobrevivência no seu próprio meio e os cavalos sobreviveram no seu durante vários milhões de anos. Mais, são suficientemente inteligentes e adaptáveis para sobreviver e por vezes prosperar no nosso ambiente, vivendo uma vida que lhes é imposta: ser montados, viver em cavalariças, ser separados dos seus semelhantes, não ter oportunidade de formar relações naturais de manda, ser forçado a comer rações feitas por nós etc. Isto para mim é a verdadeira inteligência. O que nos importa se o cavalo é ou não mais inteligentes do que os cães, seres humanos, gado bovino, gatos ou o que quer que seja. Temos cavalos porque, gostamos deles pelo que são. Se pensarmos que são estúpidos - como há quem o afirme - não é estúpido associarmo-nos a eles, fazendo-o por prazer? Na nossa sociedade fazer dinheiro é suposto ser sinal de esperteza e há quem faça muito, com o negócio dos cavalos. Tenho conhecido muitas pessoas que fizeram muito dinheiro e que são irrefutavelmente estúpidas .
Gillian O'Donnell

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Sal na Dieta Equina

Uma alimentação adequada para os eqüinos é fator vital para o bom desenvolvimento da criação. Sem uma dieta correta, estes animais podem apresentar os mais diversos problemas. Nesse contexto, os minerais têm importante participação na formação do esqueleto e nos processos fisiológicos que acontecem durante toda a vida de um eqüino.A ração de cavalo típica, composta de forragens e grãos, não provê de uma quantidade razoável de sais para o seu animal. Esta necessidade torna-se mais crítica em tempos quentes e úmidos, principalmente em cavalos de esportes, mas serve como alerta até mesmo para cavalos a pasto. Assim, não deixe de dar sal para seu cavalo. Geralmente, observamos cristais salgados secos, em cima da garupa dos cavalos inativos ou em pasto. Esta perda de sal deve ser reposta. A insuficiência de sal também pode levar o cavalo a adquirir hábitos indesejáveis, como por exemplo o de comer as fezes, numa tentativa de repor o nível de cloreto de sódio e ainda perda de apetite e pêlos, cabelos ásperos e opacos, crescimento reduzido e baixa produção. Em dias quentes e úmidos os cavalos também podem parecer facilmente cansados e não executar funções que normalmente desempenhariam, ocasionados pela deficiência salina. Com temperaturas elevadas, umidade e intensidade de exercícios, os cavalos suam mais portanto, perdem mais sais minerais. O sal também é eliminado na urina e pelas fezes . Um cavalo com cerca de 460kg de peso, em descanso ou trabalho ligeiro pode comer 4 colheres de sopa de sal grosso por dia, distribuídos na ração. Esta afirmação serve para cavalos que comem cereais (aveia, cevada). Se comer ração concentrada convém diminuir a quantidade de sal, subtraindo a quantidade já presente na dita ração. Os cavalos que comem cereais têm mais carência de sal.Mesmo administrando sal na ração é aconselhável providenciar uma pedra de sal na boxe a não ser que o seu cavalo tenha o vício de comer o bloco de sal à dentada, ingerindo sal em excesso o que provocará problemas. Também, use sal mineral junto com o sal branco. Minerais em pequenas quantidades são essenciais. Coloque a mistura de sal mineral e sal comum em um lugar seco fora da chuva. Faça os cavalos terem uma provisão de água limpa e fresca. O consumo de sal aumenta o de água. Não dê sal em excesso. Não há nenhuma necessidade de acrescentar mais do que 1% de sal do total da ração de grão. Sal “ad-libitun” (para consumo voluntário) também é recomendado. cavalo que transpira abundantemente perde grandes quantidades de cloreto de sódio e ainda de cálcio, magnésio e potássio. Nesse caso não aumente a dose de sal que lhe dá diariamente. Em vez disso, dê-lhe uma mistura de electrólitos bem equilibrada meia hora antes do esforço e de novo após o trabalho. No entanto deve dar-se atenção aos regulamentos das provas desportivas pois algumas delas não permitem a sua utilização. Os electrólitos só devem ser administrados nas doses adequadas e só quando o cavalo efetua trabalho intenso.

O Perigo da Desitratação

É notório o aumento da temperatura nessa época do ano . Em todo o país a sensação térmica aumentou em média dois graus e , assim como nós , os cavalos sofrem com o trabalho perdendo líquidos de forma excessiva . Geralmente as pistas de equoterapia e equitação estão expostas ao ar livre fazendo com que a temperatura do piso (areia,terra,etc) alcance altos graus de calor refletindo às ferraduras e aos cascos dos cavalos . Diante de temperatura elevada o resfriamento natural do cavalo pela sudorese e urina entra em disfunção dando causa a preocupante desidratação .Diz-se que um animal está desidratado quando o nível de água no organismo é inferior ao mínimo necessário para o normal funcionamento de todas as funções metabólicas. Neste artigo vamos explicar o mecanismo que conduz à desidratação no cavalo, as respectivas consequências, e principalmente como prevenir e/ou tratar a desidratação.O cavalo, tal como todos os mamíferos, tem necessidade de manter a temperatura corporal constante dentro de limites rígidos (entre 37 e 39ºC). Isto é obtido através de mecanismos termoreguladores. Durante o exercício físico, os processos químicos envolvidos em fornecer energia para a actividade muscular produzem uma quantidade de calor significante, como produto secundário. Como resultado, a carga térmica a que o organismo estaria sujeito, se não tivesse capacidade para se libertar deste excesso de calor, seria tremenda, conduzindo facilmente a um estado de choque por sobreaquecimento (choque de calor ou choque hipertérmico).São três os principais mecanismos que o cavalo usa para se libertar do excesso de calor produzido durante o exercício físico (mecanismos termoreguladores):1. a respiração rápida2. a redistribuição da circulação sanguínea para a pele3. a transpiração .Em certos animais, como por exemplo os cães, a respiração rápida é o principal mecanismo de libertação de calor; no entanto nos cavalos a respiração contribui para a libertação de apenas cerca de 20% do calor total, sendo a transpiração e a redistribuição sanguínea os principais mecanismos de dissipação de calor. Durante exercício físico intenso um cavalo pode perder 10 a 15 litros de fluidos por hora. Para compensar estas percas, o cavalo tem necessidade de aumentar o consumo de água e/ou reduzir o volume de urina. Contudo, por razoes não esclarecidas, há vezes em que o cavalo não se rehidrata durante ou após um período de exercício, apesar de uma extensa perca de fluido. A sede é o mecanismo através do qual o corpo reconhece que tem necessidade de ingerir água. Os estímulos fisiológicos da sede são o aumento da concentração de sódio no plasma; e/ou um estado de hipovolémia, isto é, diminuição no volume de fluidos no sistema circulatório. O sódio é o principal electrólito no mecanismo da desidratação. O sódio existe no organismo dissolvido em água. Quando o organismo perde agua, a concentração de sódio aumenta, despertando um sinal que é transmitido ao cérebro com a indicação de que precisa de mais agua. Este é o mecanismo estimulador da sede. O suor do cavalo pode ter uma composição em sódio igual ou superior à do plasma sanguíneo, dependendo do tipo e duração da actividade física executada. Isto acontece porque quando um cavalo transpira, as grandes percas de fluido são acompanhadas de uma certa perca de sódio. Posto isto, podem ocorrer duas situações:Se o suor transpirado tiver uma concentração de sódio semelhante à do plasma, a concentração de sódio no plasma mantém-se constante. Nestes casos a sede é estimulada devido a diminuição de fluido no organismo. O organismo reconhece que precisa de mais água. Contudo, se o suor transpirado tiver uma concentração de sódio superior à do plasma, o que implica a perca de elevadas quantidades de sódio a partir do plasma, a concentração de sódio no plasma diminui. Quando isto acontece, o organismo pode não reconhecer o déficit de fluidos, pois proporcionalmente, em relação à água, o sódio esta diluído. Nestas circunstâncias, o mecanismo da sede não é estimulado até que se verifique uma diminuição severa no volume de fluidos no sistema circulatório, com consequências graves nas restantes funções metabólicas do organismo, nomeadamente no sistema circulatório e urinário. Outros fatores que podem afectar o equilíbrio de fluidos no organismo de cavalos durante o exercício físico são o modo como o cavalo bebe água e o maneio do cavalo durante o treino e/ou competição. O transporte, por exemplo, pode causar uma redução no consumo voluntário de água.Além disso, há treinadores que por vezes restringem o consumo de água antes de uma prova, com a intuição de evitar que o cavalo carregue peso extra. Contudo, está cientificamente provado, tanto em cavalos como em atletas humanos, que a restrição de água antes de um período de exercício prolongado pode ser prejudicial por causar um estado de desidratação severo, que por sua vez reduz o volume plasmático suficientemente para afectar a dissipação de calor. Um animal desidratado não pode transpirar adequadamente. Uma das funções da transpiração é libertar o excesso de calor produzido durante o exercício físico. Se o cavalo não consegue transpirar adequadamente ao ritmo que o organismo produz energia calorífica, o animal corre elevados riscos de sofrer de choque hipertérmico, com consequências devastadoras, incluindo danos no sistema nervoso. Em relação ao modo de administração de água, estudos científicos demonstraram recentemente que os cavalos bebem consideravelmente mais água quando esta lhes é fornecida em baldes de água fresca a uma temperatura de 10 a 12ºC, mudada duas vezes ao dia, do que quando têm acesso livre e directo a bebedouros automáticos. Está também provado que, para compensar as percas na transpiração, uma solução salina isotónica contribui para a manutenção do volume plasmático e restituição da perca de peso de um modo mais distinto e duradouro do que simplesmente água. A escolha de uma solução de electrólitos para rehidratação é especialmente importante em cavalos submetidos a exercício físico várias vezes ao dia e/ou durante exercício de endurance (ie: raides), particularmente em condições de temperatura e humidade elevadas. A alimentação do cavalo de competição deve conter um teor elevado de electrólitos (particularmente sódio e potássio) para compensar as percas causadas pela transpiração. Uma dieta de manutenção deve ser suplementada com um "bloco de sal" e/ou administração de electrólitos na água ou ração conforme o paladar do cavalo. Note-se no entanto que existe uma grande variação individual no consumo voluntário de água entre cavalos. Posto isto, não se deve concluir que só porque um cavalo bebe menos que os seus companheiros está desidratado ou vai ser afectado por desidratação durante ou após exercício. O grau de desidratação e teor de electrólitos podem ser avaliados através de análises ao sangue. O ideal é colher análises regularmente para cada cavalo para determinar os valores normais para cada indivíduo. Deste modo uma ligeira alteração poderá ser detectada com maior sensibilidade. Por outro lado, tradicionalmente, o grau de desidratação é estimado clinicamente ao puxar uma prega de pele na tábua do pescoço ou, talvez um pouco mais exacto, na pálpebra superior. Se a marca deixada na pele não desaparecer ao fim de poucos segundos significa que a pele perdeu elasticidade por desidratação. Note-se contudo que este é um método bastante grosseiro e inexacto e como tal requer bastante experiência; deve ser avaliado, não isoladamente, mas em conjunto com uma avaliação clinica completa. Outros parâmetros clínicos importantes são a frequência cardíaca e frequência respiratória, bem como a temperatura rectal, que permite avaliar o risco de choque hipertérmico. Existem certas semelhanças entre cavalos e humanos, especialmente no que diz respeito aos efeitos da desidratação sobre a ´performance´.Proporções idênticas da perca de líquidos têm o mesmo efeito sobre homem e cavalo: 2% afecta a 'performance', 10% provoca insolação e 15 a 20% é fatal.A água é um dos componentes mais importantes do sangue. Para uma perca de 1% de peso por desidratação perdemos 2,5% de volume do plasma sanguíneo.Uma vez que o sangue transporta oxigénio e outros nutrientes para os músculos, despojando-os dos já utilizados, menos sangue significa que nos cansaremos mais rapidamente.Em competição é fácil mantermo-nos algum tempo sem beber, particularmente quando temos vários cavalos para montar mas este facto pode afectar o raciocínio. Com a desidratação o corpo mantém-se à frente da situação: a perca de 200ml de fluídos dispara a função de conservação de água, estimulando eventualmente a sensação de sede, mas, estaremos desidratados antes de sentir sede - é importante ingerir líquidos ao longo do dia. Beber litros de água não é suficiente. Necessitamos de glicose e electrólitos. A nossa meta é consumir de 100 a 200ml de líquidos do tipo 'isotónico' de 20 em 20 minutos.Depois da água é necessário comer hidratos de carbono. O excesso de gorduras acabam como gorduras armazenadas, por isso é de evitar comer muita carne.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Os Quatro Programas Básicos de Equoterapia

Nosso objetivo enquanto veículo de comunicação é, além de divulgar a Equoterapia , de contribuir para o desenvolvimento técnico - científico do Método . A equoterapia trata-se de uma terapia de reabilitação e desenvolvimento biopsicosocial de eficácia comprovada e aprovada pelo Conselho Federal de Medicina em Sessão Plenária de 09 de abril de 1997 Parecer 06/97 , cujos resultados , no entanto , estão diretamente relacionados a correta execução do atendimento , de acordo com as normas e diretrizes da entidade regulamentadora ANDE BRASIL . Com esse intuíto , decidimos republicar algumas instruções normativas e comunicados da entidade para que todos possam ter conhecimento e optarem pelo centro de Equoterapia ideal e ainda atuarem como agentes fiscalizadores do direito de informação . Abaixo esclarecemos um ponto específico que ainda causa dúvida até mesmo em profissionais habilitados e centros credenciados ; os programas básicos de atendimento . Muitos ainda insistem em propagar a existência de apenas três programas : o programa de hipoterapia , o programa de educação e reeducação e o programa pré esportivo alegando que o programa esportivo ou de equitação adaptada não está previsto no Método , e que para seu desenvolvimento há necessidade de profissionais e cavalos com habilitações específicas , e muitas vezes cobrando por isso . Pedimos agora maior atenção ; tal prática além de ser imoral incorre em crime de Estelionato (Título II, Capítulo VI, Artigo 171 do Código Penal Brasileiro), tendo em vista que não são três e sim quatro os programas básicos de equoterapia , sendo o programa esportivo o integrante do método de atendimento desde 2005 ,devendo todos os profissionais de Equoterapia e neste caso especialmente o Profissional de Equitação Habilitado em Equoterapia estarem aptos e possuirem conhecimento técnico para atuar inclusive neste quarto programa , bem como os cavalos , que desde sua seleção devem possuir qualidades para a atividade esportiva equestre , fazendo parte de seu próprio treinamento periódico . Concluindo , são então quatro programas de atendimento devendo o praticante ter a sua disposição o acesso a todos os programas de acordo com suas potencialidades e seu desenvolvimento .
O presidente da Associação Nacional de Equoterapia, de conformidade com os artigos 3º e 4º do Estatuto, resolve aprovar as seguintes modificações, no que respeita aos conceitos atualmente vigentes ;Fica criado mais um programa classificado como básico, que será chamado "Programa Esportivo". Suas principais características são as seguintes: é, também, aplicado nas áreas de reabilitação e educação; o praticante deve ter boas condições para estar a cavalo, já podendo participar em competições hípicas; a ação do profissional de equitação é mais intensa, necessitando, contudo, da orientação dos profissionais das áreas de saúde e educação.Este programa visa não só a inserção social, mas também o prazer pelo esporte/competição, melhoria da qualidade de vida, o bem-estar e a auto-afirmação. Ao praticante de Equoterapia, após o programa Pré-esportivo, abrem-se caminhos em termos de competição, podendo, inclusive, participar de provas hípicas nas modalidades: Paraolimpíadas; Olimpíadas Especiais; Hipismo Adaptado/Especial.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Habilitação ANDE BRASIL

A Associação Nacional de Equoterapia informa que os cursos e eventos reconhecidos são aqueles que tiveram suas propostas analisadas e aprovadas, de acordo com as normas estabelecidas pela Coordenação de Ensino da ANDE-BRASIL. Os referidos cursos são divulgados com a devida antecedência no nosso site no link Cursos e Eventos Reconhecidos. Aos centros filiados é autorizado o uso da nossa logomarca apenas para divulgação do centro enquanto instituição credenciada. A realização de qualquer outro evento e cursos que desejarem o reconhecimento e a inclusão no site deverão solicitar as normas junto à coordenação competente.Constatamos que atendimentos de pessoas com necessidades específicas com o cavalo e sobre o cavalo estão acontecendo com outras denominações que não seja a de Equoterapia® e fora das bases e fundamentos doutrinários da ANDE-BRASIL, aprovadas pelos Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). Após conquistar credibilidade para o importante Método Terapêutico, nos âmbitos nacional e internacional, fruto de longos anos de lutas, não há como aceitar que pessoas ou entidades não credenciadas trabalhem fora dos parâmetros éticos, técnicos e científicos, preconizados pela ANDE-BRASIL, introdutora e responsável pela integridade e credibilidade dos resultados alcançados pela Equoterapia®. Pretendemos, este ano, em conjunto com o Ministério da Educação (MEC), realizar um senso nacional dos centros que trabalham com o cavalo e sobre o cavalo para que possamos colaborar com o Ministério de Saúde na regulamentação e controle desta prática a ser paga pelo Sistema Único de Saúde – SUS.

A Equitação Científica do Novo Século

Os nômades da Ásia Central, desprovidos de ciência, foram os melhores cavaleiros do mundo. No Ocidente, 3.400 anos depois, Federico Caprilli, foi contemporâneo de Ivan Pavlov, Charles Sherrington e Sigmund Freud que começavam a desvendar o mundo da fisiologia, da bioquímica e da psicologia. Caprilli elevou o cavalo de objeto a indivíduo — o que estava em perfeita sintonia com o avanço da ciência do seu tempo, e também com a equitação dos nômades! Mas, o que acabou sendo a equitação científica no século 20? A ciência é um conjunto de conhecimentos obtidos mediante a observação e a experimentação dos fatos. Entretanto os cientistas ocidentais, urbanos e sedentários, sempre tiveram grande dificuldade em entender o conjunto de conhecimentos que os povos ditos 'primitivos' obtêm, não através da das pesquisas mas, simplesmente por eles serem uma 'parte' natural do sistema ecológico. "Como o mundo é governado das cidades, onde os homens se acham desligados de qualquer forma de vida que não a humana, o sentimento de pertencer a um ecossistema não é revivido", escreveu Berthrand de Juvenel. Outra dificuldade que tem atravancado o pensamento ocidental acerca dos conhecimentos das sociedades primitivas é que, sendo a ciência tratada como uma 'ideologia secular de progresso', aos olhos do homem moderno uma tribo de indígenas, vivendo na Idade Neolítica, simplesmente não poderia saber mais do que um cientista, acerca de qualquer coisa. No Brasil, aprendemos com Darcy Ribeiro que um índio Kaiapó, por exemplo, tem uma sofisticada classificação do seu meio ambiente que lhe permite viver com fartura onde o etnólogo Claude Levi-Strauss, com toda a sua sabedoria científica, morreria de fome. O nômade da Ásia Central e o seu cavalo formavam um sistema fisiológico integrado - sintonizado à perfeição por muitos séculos de aprendizagem bilateral. Um cita montava a cavalo como a Márcia Haydée dança balé ou o Von Karajan rege uma orquestra - com a sabedoria da alma. Os cavaleiros nômades não precisavam de livros para passar os seus conhecimentos eqüestres para as novas gerações - todo membro da sociedade começava a aprender o ofício eqüestre desde quando nascia. Entretanto, nas sociedades urbanas e sedentárias, organizadas em profissões especializadas, é muito diferente. As técnicas eqüestres precisam ser registradas em livro para ser ensinadas para as novas gerações. Aí surgiu o problema da equitação científica no século 19: como conhecer a fisiologia da equitação se nem a ciência e muito menos a sociedade, conheciam a psicologia, a fisiologia, a neurofisiologia e a bioquímica do cavalo e a sua função na equitação? Entretanto, os grandes mestres equitadores do passado sempre procuraram dar uma orientação científica ao seu trabalho. Pluvinel, no século 17, sem entrar em maiores detalhes, deixou claras as vantagens da equitação racional e 'científica' em oposição aos métodos brutais e irracionais. Durante o século 19, a física e a mecânica avançaram com uma velocidade cada vez maior, e assuntos que eram matérias distintas começaram a convergir, criando novas sínteses e novas descobertas. Mas as palavras de Baucher ecoam nos dias de hoje como uma descrição puramente mecânica - "Cada movimento do cavalo é a conseqüência de uma posição específica que, por sua vez é produzida por uma força 'transmitida' pelo cavaleiro". A imagem que temos do cavalo descrito por Baucher é a de uma máquina, formada por pistões e alavancas, e a força do cavalo é descrita como se emanasse do cavaleiro, todo poderoso. O cavaleiro de Grisone e de Baucher era o centro do mundo eqüestre (assim como, na antigüidade, a Terra era o centro do universo), e nos seus livros o cavalo e a equitação se transformaram numa grande metáfora da ciência mecânica. Já, no século 20, as idéias de Caprilli elevaram o cavalo de objeto mecânico a indivíduo sensível, capaz de fazer julgamentos próprios — um salto monumental sobre o mecanicismo do passado. Caprilli insistia que o cavalo experiente é perfeitamente capaz de julgar a distância, e decidir se deve aumentar ou diminuir os seus galões e regular o momento do salto. "Tudo o que é necessário é o cavaleiro interferir o mínimo possível no equilíbrio natural do cavalo, e se ajustar à maneira do cavalo se movimentar". Com as idéias de Caprilli, de repente, o cavalo e o cavaleiro se tornaram parceiros. Caprilli incorporou o cérebro do cavalo e o seu sofisticado sistema neurofisiológico à sua filosofia de trabalho e se tornou o mais importante cavaleiro da sua geração. Mesmo não conhecendo neurofisiologia, para ele, a fusão dos sentidos e a união dos gestos do conjunto eram fatores importantes na equitação. Nos circuitos de salto, as suas técnicas foram adotadas com grande sucesso e a equitação clássica estava pronta para dar um salto espetacular - da Idade Mecânica para ingressar na Era da Neurociência. Mas, naquele momento, o mundo parou de se preocupar com o cavalo, e todo o esforço científico - as novas e importantes descobertas da neurologia, da psicologia, da química e da informática (matérias que ninguém associou com a equitação) - se voltou para resolver os problemas sociais, políticos e econômicos, que pulularam no atormentado século 20. O cavalo e a equitação tornaram-se obsoletos, como uma pena de ganso depois da pena de metal, da pena de metal depois da caneta-tinteiro, da caneta tinteiro depois da máquina de escrever e da máquina de escrever depois do processador de texto. A banda próspera da humanidade parou de se interessar por cavalos para viver um tórrido romance com o automóvel; um terço da população do globo ardeu com a febre do comunismo, só curada com doses maciças de consumismo. Deus estava morto, Marx estava morto e o Homo-caballus era, aparentemente, mais uma espécie extinta. Com o discreto renascimento eqüestre nos anos 50, os 'entusiastas' do cavalo se voltaram para a Equitação Acadêmica do passado em busca das soluções para o presente, da mesma maneira que a sociedade medieval se voltou para a cultura clássica grega durante a Renascença italiana. As obras clássicas sobre equitação (algumas já discutidas aqui) foram desenterradas, espanadas e postas em prática, com grande reverência e respeito. A Idade Mecânica foi restaurada ao poder do mesmo modo que o universo aristotélico foi restaurado na Renascença - como se a revolução tecnológica do século 20 não estivesse em pleno curso. Infelizmente é preciso dizer que a equitação 'científica' do século 20 foi uma cópia xerox em preto e branco da equitação pouco científica do século 19. Precisamos urgentemente rever as técnicas da equitação clássica à luz das grandes descobertas científicas que estão mudando os paradigmas de todas as áreas do conhecimento humano.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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I Seminário Brasileiro de Equoterapia

O I Seminário Brasileiro de Equoterapia visa divulgar a equoterapia como método terapêutico e educativo e o papel da Associação Nacional de Equoterapia – ANDE-BRASIL. Objetivos: Compreender as Bases e Fundamentos doutrinários da Equoterapia; Conhecer o papel da ANDE-BRASIL como introdutora da Equoterapia, suas finalidades, responsabilidades, problemas e perspectivas. Informar as diretrizes de trabalho que a ANDE-BRASIL estabelece aos centros de equoterapia, para que os mesmos realizem suas atividades de forma séria e ética. Público-Alvo: Profissionais das áreas da saúde, educação e equitação que pretendam trabalhar ou conhecer a Equoterapia. Profissionais das áreas governamental e/ou empresarial e organizações não governamentais que pretendam estimular a criação de Centros de Equoterapia e apoiá-los. Pessoas com necessidades específicas e seus familiares. Data e Local :16 e 17 de abril de 2010 ( sexta-feira e sábado) no Centro de Exposições Imigrantes - Rod. dos Imigrantes KM 1,5 - São Paulo/SP . Consulte a programação no site da Ande Brasil.

Artigo do Blog publicado na Revista Brasileira de Equoterapia

A Revista EQUOTERAPIA é uma publicação semestral da Associação Nacional de Equoterapia (ANDE-BRASIL), que juntamente com o site www.equoterapia.org.br se constiui no principal meio de comunicação para a difusão de artigos técnico-científicos bem como notícias, informações e reportagens sobre atividades equoterápicas no Brasil e no Exterior. Em sua edição numero 20 (páginas 14 a 16) foi publicado o Artigo " O auxiliar-guia e a condução do cavalo de Equoterapia" pesquisado, desenvolvido e publicado por Eduardo Colamarino , editor do blog Equitação e Equitação Especial . Para o público em geral, a ANDE-BRASIL disponibiliza um exemplar pelo preço unitário de R$ 10,00 (dez reais),já incluída a postagem pela ECT . Para aquisição acesse o site www.equoterapia.org.br .
CLIQUE NA CAPA DA REVISTA E LEIA O ARTIGO

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Instituto EQUUS e APAE

O Instituto EQUUS de Equoterapia Inclusão e Assistência Social e a APAE Cubatão firmam parceria no projeto de Equitação Especial e Equoterapia que passará a funcionar no Parque Cotia em área cedida pela Prefeitura Municipal de Cubatão . As instalações já estão em processo de conclusão e os atendimentos terão início em março deste ano 2010 . Para maiores informações envie email a equitacaoespecial@gmail.com . Aguarde a Inauguração do Primeiro Centro de Estudos Tecnicos e Equoterapia da Baixada Santista .

Probióticos

É um aporte de micro-organismos vivos que, introduzidos na dieta alimentar, melhoram as performances zootécnicas dos animais. Através destas substâncias, é possível facilitar a absorção de nutrientes pelo animal e promover um manejo adequado.O cavalo é um animal monogástrico, com estômago pouco volumoso e intestino bem desenvolvido. O intestino delgado possui a função de digestão enzimática Os alimentos permanecem lá por 1 a 2 horas e as enzimas produzidas pelo pâncreas iniciam sua ação. No intestino grosso, onde os alimentos permanecem por 24-48 horas, a digestão dos alimentos ocorre graças à ação da população microbiana. A perfeita atividade da flora intestinal permite uma boa utilização digestiva dos alimentos, pois a flora tem um efeito de barreira ecológica à instalação de germes (particularmente patogênicos). A boa higiene digestiva do animal dependerá também do equilíbrio da flora intestinal.Fatores de Desequilíbrio:As causas que levam a uma perturbação da flora intestinal são de diversas origens. Stress por: transporte, competição, em um período pós-operatório, distribuição irregular de refeições, erros alimentares na escolha de produtos com excessos protéicos e/ou desequilibrados em celulose, em períodos normais da vida das éguas como gestação e lactação.Conseqüências do Desequilíbrio:Queda acentuada da eficácia da dieta diária, logo com um estado geral não adequado à performance esportiva e à reprodução.Todos estes fatores predispõem o cavalo aos desequilíbrios de sua flora intestinal. Estes desequilíbrios, chamados dismicrobismo, poderão causar patologias digestivas que podem levar o animal à morte.A mais conhecida destas patologias é a síndrome cólica, uma das maiores causas de mortalidade dos cavalos.Além da síndrome cólica, este dismicrobismo predispõe o cavalo a quadros de Laminite (aguamento), patologia extremamente grave e que pode ser prevenida com um manejo adequado.O probiótico atua contra os desequilíbrios da flora intestinal. Graças à sua ação biorreguladora, ele permite encobrir os desequilíbrios, preservando assim suas funções essenciais de maneira geral e a saúde do cavalo.Mas para que um probiótico possa ter uma ação efetiva, e ser chamado de probiótico, ele deve possuir características particulares:- ser cultura viva (pode ser bactéria ou levedura);- estar em alta concentração;- ser oferecido em aporte contínuo (ininterruptamente);- ser resistente às enzimas digestivas e ao pH do estômago;- ser competitivo em relação aos germes digestivos.O que se procura quando se administra um probiótico ao animal é melhorar a eficácia alimentar através do aumento da atividade enzimática e aumentando a digestibilidade das fibras.Além disso, espera-se uma melhora no estado de saúde do animal, pois há uma elevação das defesas imunitárias com uma diminuição da ação dos germes patogênicos.Vantagens do Uso de Probióticos:Efeito Sanitário: Os cavalos apresentam uma melhora do estado geral (aspecto do pêlo, qualidade dos cascos, etc.) e sobretudo uma queda significativa dos problemas digestivos.Efeito Nutricional: Prevenindo e estabilizando os desequilíbrios da flora microbiana do organismo, o probiótico reforça as defesas imunitárias naturais, otimiza o aproveitamento da alimentação e reduz os problemas da digestão. De fato, obteve-se uma melhor cobertura das necessidades e uma segurança muito grande por limitar os efeitos das transições alimentares ou do stress.Nas Éguas: um aporte regular de alimento suplementado com Probiótico permite assegurar uma melhor lactação. As dietas diárias são melhores valorizadas e as éguas não perdem peso de modo excessivo após o parto e apresentam uma melhor qualidade leiteira com aumento dos níveis dos elementos nutritivos e minerais do leite. Devemos nos lembrar que uma égua, com um potro de 45-50 kg de peso ao nascer, deverá produzir diariamente de 16 a 18 litros de leite. A produção leiteira melhora qualitativamente e quantitativamente, o que permite ao criador obter potros mais robustos e resistentes.
André Galvão Cintra Médico Veterinário
Consultoria, Planejamento & Homeopatia

Técnicas de Pastagens

Normalmente, espécies forrageiras de elevada exigência em fertilidade do solo são de alto valor nutritivo para o cavalo. Deve-se atentar para a clássica pergunta: qual é o melhor capim para o cavalo? A resposta correta é: “Praticamente todos apresentam aspectos positivos e negativos, cabendo ao técnico a responsabilidade de saber utilizar adequadamente as características de cada um”. Calagem e adubação: Observa-se que o processo de calagem executado na maioria dos haras é feito de forma empírica, onde o “chutômetro” acusa quase sempre a cifra de 5t/alqueire (2t/ha). Na maioria dos casos o calcário é depositado sobre o solo intocado e incorporado via aração profunda. Como resultado do tombamento da leiva, o calcário vai se localizar após os 25 cm de profundidade não trazendo benefício na superfície. Outras ocasiões, a forrageira é implantada sem prévia correção do solo e, o calcário, então, é distribuído em cobertura à área plantada. Essa prática é altamente condenável, pois o efeito da calagem em cobertura é infinitamente menor que o calcário incorporado! Outro erro grosseiro é o uso de adubos fosfatados solúveis incorporados em solos ácidos, ou ainda o uso de adubos pouco solúveis em solos com pH acima de 6,0. O velho ditado “A pressa é inimiga da perfeição” aplica-se magistralmente nesse caso. Observa-se em grande frequência uma pressa prejudicial no uso da pastagem implantada, e essa utilização precoce leva à deterioração da massa vegetal em pouco tempo. O ideal seria uma ceifa da forrageira e não a utilização como pastejo, por ocasião do primeiro corte. Caso não seja possível, deve-se protelar ainda mais a entrada de animais no pasto. Dimensão, ração e adubação :Quase sempre os piquetes são muito grandes e o número de animais em pastejo, dentro do piquete, é muito pequeno. Como resultado dessa combinação, temos áreas subpastejadas (crescimento elevado da forragem e perda do valor nutritivo) ao lado de locais superpastejados, onde a emissão da brota do capim é imediatamente acompanhada de corte pela boca do animal. Visualmente, o piquete apresenta massa forrageira, mas na prática não há consumo do excedente e ocorre degradação das áreas hiperconsumidas. Como o rodízio dos piquetes demora muito para ser efetuado essa situação de desequilíbrio entre o crescimento da forragem e o consumo da mesma, perdura por um longo tempo. Quando o haras não tem um programa nutricional racional, o desbalanço entre os nutrientes provoca um comportamento típico dos equinos no pasto: eles se acumulam no canto do piquete, e permanecem parados com temperamento linfático (“ar de boi sonso”) durante horas. Esse comportamento agrava o quadro de degradação da pastagem descrito no ítem anterior e indica que a nutrição no haras está errada! Infelizmente devemos ressaltar que “o pasto serve para o cavalo se alimentar e não para deleite visual do proprietário”. Observa-se com bastante frequência uma utilização inadequada de adubo nitrogenado em cobertura, visando basicamente alterar a coloração da forrageira. Essa prática resulta no aumento de compostos nitrogenados não proteicos na planta (aminas, amidas, nitrosaminas, nitritos e nitratos) com prejuízo a médio e longo prazo da saúde animal. Um haras bem manejado nas suas pastagens apresenta um constante consumo da forragem, estado nutricional dos animais perfeito e mudanças na coloração da forrageira de acordo com o uso e a época do ano. Deve-se desconfiar do verde-azulado constante que exibem alguns haras ao longo do ano, pois isso evidencia uso abusivo de adubo nitrogenado e/ou adubação fora de época. O uso de irrigação para forrageiras tropicais durante o “inverno”, potencializa os efeitos deletérios da adubação (válido para as condições de SP, PR, SC, Sul de MG e MS). Erros na fenação de gramíneas :Infelizmente a esmagadora maioria dos haras que apresenta estrutura de fenação não consegue produzir feno, somente palha (cama). O verdadeiro feno de gramínea deve apresentar coloração esverdeada, consistência macia, odor característico e ausência de substâncias estranhas. Os maiores erros observados no processo de fenação serão relatados a seguir. O processo de fenação nunca acrescenta nada ao material original. Assim sendo se o capim a ser ceifado for passado, descolorido, praguejado e fibroso, seu feno correspondente apresentará obrigatoriamente essas características indesejáveis. Quando se fornece esse material para o cavalo e, obviamente, ocorre rejeição, atribui-se imprópria e genericamente ao fato de que “equinos não gostam de feno de gramínea”. Relaciona-se diretamente com o ítem anterior. Observa-se na grande maioria das propriedades que o processo de fenação se dá principalmente de março/abril até setembro. Essa época coincide com a ausência de chuvas, mas o capim já floresceu, amadureceu e quase sempre perdeu o valor nutritivo! O processo de fenação deve obrigatoriamente coincidir com a época de maior crescimento vegetativo da gramínea, ou seja, de outubro a março. Deve-se cortar uma área cujo tamanho permitirá realizar todo o processo de fenação no máximo em dois dias. Observa-se que na maioria dos haras, a área ceifada ‘so permite a conclusão dos trabalhos 4-5 dias após a ceifa, o que logicamente aumenta os riscos de perda no campo. As áreas que são fenadas implicam a exportação total dos nutrientes, pois não há forma de reciclagem dos mesmos. As adubações devem ser realizadas após cada corte e sempre com critérios técnicos. Uso da irrigação :Para uma forrageira tropical produzir é necessária uma combinação de luz (foto-período), temperatura e água. Qualquer um desses fatores, se porventura ausente, compromete o processo produtivo da pastagem. Por esse motivo não há razão técnica para se proceder a irrigação de pastagens tropicais visando produção invernal, uma vez que a água não é o único fator limitante (a temperatura é menor e a luminosidade também). A irrigação torna-se bastante interessante na formação de pastagens de coast-cross em áreas de grande infestação de braquiaria (formação durante o inverno).Erros na produção de alfafa : Ainda hoje, início do século XXI, encontramos propriedades e publicações que fazem e preconizam técnicas de produção de alfafa vigentes no século passado, na década de 20!! Catalogamos a seguir alguns erros. Infelizmente alguns pseudotécnicos insistem em menosprezar a técnica consagrada da inoculação da semente de leguminosa com o rizóbio específico. Além de prescindir da adubação nitrogenada, a simbiose resultante provoca maior qualidade nutricional da alfafa e maior longevidade do alfafal. Alguns haras procedem a inoculação corretamente, mas por ignorância ou má-fé adubam em cobertura o alfafal com nitrogênio (nitrocálcio ou similar). Quando se procede a adubação nitrogenada do alfafal provoca-se a morte do rizóbio, cessando, portanto, os efeitos positivos da simbiose. Muita ênfase é dada para os elementos e cálcio e fósforo que, a despeito de sua indiscutida importância relegam a segundo plano nutrientes como o potássio e boro, reconhecidamente fundamentais no processo de produção da alfafa. Adubações orgânicas, embora bem-vindas, não procedem milagres e resultam, na maioria das vezes, em alfafais pouco produtivos e com alta infestação de ervas daninhas. Alguns haras cometem absurdos de se proceder adubações foliares de macro-nutrientes, onde o nitrogênio quase sempre está presente. A recomendação da adubação foliar com micronutrientes só se justifica perante caso reconhecido de carência e/ou deficiência e que exija rapidez de ação. Qualquer outra situação evidencia desconhecimento técnico da cultura da alfafa. Cortes com alfanje :Com honrosas e raríssimas excessões o operador do alfanje é incapaz de proceder o corte do alfafal na altura recomendade que é no mínimo de 8 cm do solo. O uso contínuo do alfanje provoca ceifa da brotação basilar resultando em decréscimo no vigor da brota da alfafa e grande ocorrência de mortalidade das plantas estabelecidas. O corte deve ser realizado com máquinas apropriadas (segadora), reguladas para uniformidade de altura quando em operação. Juntamente com o alfanje, a enxada completa a dupla mais responsável pela degradação dos alfafais nas nossas condições. A enxada sempre afeta a área radicular e a região da coroa da planta, concorrendo para o aparecimento de infecções secundárias e morte das plantas. Deve-se evitar ao máximo o uso de enxada dando-se ênfase ao uso correto de herbicidas e, na pior das hipóteses, ao arranquio manual da invasora. Quando o alfafal é bem planejado na sua implantação, a ocorrência de invasoras é mínima e de fácil controle, dispensando o uso de mão-de-obra para manter limpa a cultura. Secagem inadequada :A alfafa é um produto nobre, caro e não deve ter seu valor nutritivo diminuído no processo de secagem e armazenamento. Raros são os haras que conseguem efetuar fenação a campo de modo satisfatório, de modo que a secagem artificial (à sombra, ou secador) é a mais utilizada. Observa-se que muitas propriedades procedem secagem excessiva, causando queda de folhas com consequente diminuição do valor nutritivo do feno. Outras fazendas associam a secagem inadequada com o corte tardio da alfafa, uma vez que interessa somente a produção/área e não a qualidade do produto. O comprador de feno de alfafa deve aprender a comprar o material pela qualidade nutricional que é dada pela conjunção de: análise bromatológica, coloração esverdeada, maciez ao tato, presença abundante de folhas e ausência de bolor e/ou processo fermentativo e ausência de material estranho. Finalizando os erros, cita-se ainda os preconceitos contra determinadas forrageiras que nada mais evidencia do que ignorância de suas aptidões agronômicas; a resistência na adoção de técnicas de controle de erosão (curvas de nível, terraceamento, etc) nas pastagens etc. Aos proprietários de haras e seus encarregados técnicos cabe a obrigação de aperfeiçoar o processo produtivo dentro de princípios racionais e econômicos, dando à “indústria do cavalo” sua real dimensão dentro do contexto zootécnico que se insere.
Claudio M. Haddad
Prof.Dr. Deptº Zootecnia ESALQ/USP

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

There is No Dis in Ability



Este video foi produzido pelo I.P.E.C e apresentado a F.E.I para a aprovação da modalidade equestre (dressage) como esporte paraolimpico .

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Metodo Equoterapia

Conheça mais sobre o Método Equoterapia no conteudo do nosso blog . Faça uma busca em nossos arquivos por equoterapia e equitação especial .

Observações sobre o Feno de qualidade

Considera-se como feno, todo alimento volumoso obtido pela desidratação parcial de uma planta forrageira, gramínea ou leguminosa. Em princípio, qualquer planta poderia ser fenada, entretanto, em função de qualidade e custo, algumas características devem ser consideradas e algumas condições dever ser obrigatoriamente satisfeitas, entre elas:Planta adequada ao processo;Idade ótima de corte;Momento ótimo de corte;Processamento adequado;Armazenamento adequado;O procedimento correto quanto a essas condições pode determinar a obtenção e elaboração de um feno bom ou ruim, ou ainda favorecer perdas significativas em quantidade e qualidade de fenos que originalmente poderiam ser considerados bons. Entretanto, é impossível obter-se fenos bons a partir de matéria prima de má qualidade ou se as condições e uso dos equipamentos forem inadequadas ou mesmo se a mão-de-obra ou o gerenciamento forem inexperientes.Assim, deve-se procurar caracterizar a atividade de fenação como uma atividade profissional e econômica, onde a Qualidade, considerando-se tanto a matéria prima como o processo e seu gerenciamento, é fundamental para um bom desempenho comercial do produto e para um bom desempenho orgânico do alimento.Um feno de boa qualidade deverá apresentar características nutricionais que o diferencie dos demais, sendo avaliado por meio de uma análise química nutricional. Entretanto, nem sempre isso é possível, uma vez que as análises bromatológicas desses fenos nem sempre são disponíveis ou não são representativas de todo o feno produzido naquela estação. Assim, é importante que sejam conhecidas algumas características físicas (visuais, tácteis e olfativas) desejáveis e indesejáveis, para que se possa avaliar inicialmente um lote de fardos de feno. De uma maneira geral, os lotes de feno com uma boa qualidade nutritiva apresentam as seguintes características: Umidade adequada (seco) e homogênea; Coloração esverdeada; Maciez ao tato; Alta proporção de folhas em relação às hastes; Temperatura do fardo sempre fria (ambiente); Presença de odor característico de feno (capim cortado) Presença de apenas uma espécie vegetal; Ausência de odores estranhos, fungos e bolores; Ausência de plantas daninhas, sementes ou pendões florais; Ausência de terra, gravetos ou materiais estranhos. Poderão ainda ser avaliadas: Uniformidade no tamanho dos fardos; Uniformidade no peso dos fardos; Perda excessiva de folhas ao manuseio; Amarração firme dos fardos. Todas essas características devem apresentar sempre em conjunto para que um feno possa ser considerado de boa qualidade, ou seja, não basta apresentar “quase” todas essas características para ser considerado como um feno “quase” bom. Essas características físicas são muito importantes e complementares às análises bromatológicas na avaliação dos fenos. O aumento do número de laboratórios, novas metodologias e equipamentos mais rápidos para avaliação química deverão tornar a análise bromatológica completa mais utilizada para a avaliação dos fenos, e também o preço e a rapidez de execução desses serviços deverão tornar-se mais aceitáveis que os apresentados atualmente. Por outro lado, do ponto de vista nutricional, ou do nutricionista, apenas os resultados da análise bromatológica, sem uma avaliação visual ou física do produto, pode comprometer a avaliação de um determinado lote de feno. Isto porque alguns parâmetros como proteína bruta ou fibra bruta podem ter seus resultados nutricionais mascarados pela metodologia com que são determinados nessas análises. No caso da apresentação de resultados como proteína bruta, o método não avalia se essa proteína é verdadeira, ou seja, se foi transformada em proteína vegetal, ou se ainda está em uma forma não metabolizada pela planta, pois os laboratórios medem diretamente a quantidade de nitrogênio do material e não de proteína. As variações ocorrem, por exemplo, no caso de amostras de fenos com altas doses de nitrogênio nas adubações ou com os cortes realizados muito próximos a uma adubação recente. Nessas condições, os eventuais altos teores de proteína nos resultados não significam que esse nitrogênio (proteína) esteja nutricionalmente disponível ao animal. Para uma avaliação mais criteriosa deveriam ser analisados o N-NH3 (nitrogênio amoniacal), N-nítrico (na forma de nitrato) e o N-ADF (nitrogênio ligado à fração fibrosa não digerível), principalmente se esse material destinar-se à alimentação de não ruminantes. Da mesma maneira que a determinação de proteína, a avaliação da fração fibrosa deverá seguir alguns critérios diferenciados, para os casos onde se deseje um maior conhecimento de sua qualidade para os animais. Em geral, consideram-se apenas os teores de fibra bruta, onde não conseguimos uma avaliação precisa de sua qualidade e do seu aproveitamento potencial pelos animais. Para isso deve-se avaliar as diferentes frações de fibra dos fenos, o FDN (fibra em detergente neutro), representando a fibra presente no feno e o FDA (fibra em detergente ácido) que é a fração fibrosa não digerível. As características físicas a observar nos fenos serão descritas a seguir, lembrando-se novamente, que elas deverão sempre aparecer em conjunto nos materiais de boa qualidade como alimento, pois algumas dessas características poderão ser encontradas mesmo em fenos de baixa qualidade nutricional. Na avaliação inicial de um lote de fardos de feno, a primeira característica a ser observada é a umidade do material. Deve-se abrir alguns fardos e avaliar seu aspecto geral quanto à presença de algum ponto de umidade excessiva, sendo desejável sua homogeneidade e um aspecto seco e firme. Quando avaliamos as características visuais, a coloração é a que se apresenta com maior destaque e relevância. Quanto a essa característica deve-se sempre buscar um padrão homogêneo, entre e dentro dos fardos, sendo que uma cor verde ou esverdeada seria característica de um material de boa qualidade quanto ao processo de secagem e de armazenamento e uma cor amarelada ou marrom, denota problemas de excesso de horas ao sol e falta de qualidade. A maciez ao tato mostra que a forrageira foi cortada ainda jovem, em seu estado vegetativo de crescimento, onde uma presença maior de folhas em relação às hastes ou caule, é a responsável pela sensação de maciez ou de ausência de características mais grosseiras como aspereza ou dureza. Essa maior proporção de folhas também denota uma maior qualidade nutricional, pois essa fração das plantas é a que apresenta maior digestibilidade e concentração de proteína, apresentando também uma secagem mais rápida, o que evita perdas em qualidade e peso. A presença do odor característico de feno, ou de capim cortado, reflete que ocorreu um processo adequado de desidratação, não havendo exposição demasiada ao sol e também um armazenamento adequado, onde não houve uma rehidratação prejudicial do material. Também a ausência de odores desagradáveis é um outro fator importante a considerar. Alguns animais são altamente seletivos quanto à qualidade do alimento, não consumindo aqueles que tenham características indesejáveis quanto ao aroma, ou que apresentem material em decomposição com presença de fungos ou bolores. Alguns defensivos como inseticidas também podem causar alteração no consumo. Uma temperatura normal (fria) dentro dos fardos também é um bom indicativo de qualidade no processamento e conservação. Temperatura mais elevada é um indicativo de umidade inadequada no enfardamento ou no armazenamento. Não é incomum encontrar fardos de feno com temperaturas acima de 30oC, em função do aquecimento provocado por atividade de microorganismos como fungos e bactérias. A presença de condições de desenvolvimento desses microorganismos será problemática em três aspectos principais: Perdas em quantidade (peso), Possibilidade de formação de compostos tóxicos como as aflatoxinas, Condições onde a combustão (queima) do material poderá ocorrer espontaneamente. A presença de outras espécies vegetais no feno, mesmo que adequadas ao processo, poderá significar que o campo de produção está em declínio, sendo pouco cuidado quanto às plantas invasoras, sendo que a qualidade sempre será diminuída pela presença de material de menor valor nutritivo, que terá o mesmo preço por unidade de peso. A presença de plantas daninhas, sementes ou pendões florais, da mesma forma, tem influência negativa sobre a qualidade do feno, demonstrando que este se encontra já passado e fora de sua melhor condição nutricional, tanto por motivos de clima ou pelo fato do produtor de feno valorizar mais a quantidade produzida do que a qualidade. A ausência de materiais estranhos, terra ou gravetos também se apresenta como uma característica importante e desejável nos fenos, refletindo a preocupação do produtor de feno quanto à sanidade e à integridade física dos animais que irão consumi-lo. Há varias citações de problemas de pinos, grampos, parafusos, plásticos ou graxa encontradas disponíveis aos animais, vindos dentro de fardos de feno. Pelo exposto, podemos perceber que a aquisição e avaliação de feno, como um alimento de qualidade, é uma tarefa complexa e que deveria ser considerada como parte fundamental em qualquer programa nutricional de toda propriedade. Entretanto, o que se observa é que essa função é realizada por pessoal não qualificado, não informado sobre qualidade, mas apenas orientado e preocupado com cotação e frete. Quanto melhor a seleção quanto à qualidade do feno adquirido e oferecido aos animais, maiores as vantagens obtidas, como: Melhor relação entre concentrado e volumoso na dieta total; Menor qualidade do concentrado para suprir as exigências nutricionais; Menores riscos de problemas metabólicos como cólicas ou torções internas; Melhor função orgânica nos animais; Menor custo por unidade consumida e menor custo por unidade produzida. Essas considerações justificam os diferentes preços e tipos de feno presentes no mercado, havendo uma necessidade de padronização e qualificação dos fenos para que seu preço seja o mais adequado e justo à sua qualidade. Quando os fenos satisfizerem a todas as características adequadas a um produto de alta qualidade (coloração, maciez, odor, limpeza, temperatura e análise química) estes estarão apresentando seu melhor valor nutricional e retorno econômico. O envio de amostras para análise bromatológica em laboratórios credenciados, seguindo uma metodologia adequada de amostragem, deverá fazer parte da rotina das transações de compra e venda de feno entre aqueles compradores preocupados com a qualidade do alimento e os fornecedores idôneos de feno.